Heeey!
It’s Monday, but it’s ok! Okay?
Vamos começar a semana com um post muito esperado e super especial. Isso porque o assunto é sobre uma das mulheres mais contemporâneas e, ao mesmo tempo, mais intelectual, um fenômeno da moda brasileira, reconhecida mundialmente. O nome dela? Costanza Pascolato!
No dia 19 de março de 2015 (quinta-feira passada), tive o imenso prazer em participar do bate-papo com a Costanza, realizado pela loja Spezzato e mediado pela Pati Leivas (muito obrigada pelo convite!). Então, agora, vou contar um pouco sobre tudo o que rolou nessa conversa.
Para conhecer mais: Quem é Costanza?
Aos 4 anos de idade, Costanza veio com a mãe e o pai, Gabriella e Michele, morar no Brasil. Aqui, no ano de 1947, eles fundaram a tecelagem Santacostancia, que atua no mercado até hoje e pertence aos bens administrados pela filha. Por isso, desde pequena, ela vive no meio da moda e viu essa área se desenvolver e crescer no país. No ano de 1970, Costanza começou a trabalhar como editora de moda na editora Abril, porque seu pai a achava rebelde (vinha de uma família tradicional e rígida), por isso, fez com que ela procurasse um emprego. Porém,Costanza conta que não foi bem recebida pelos seus colegas, que a consideravam uma dondoca. Foi aí que surgiu a famosa frase:
“O que você tem, todo mundo pode ter, mas o que você é, ninguém pode ser.” (que na verdade não foi bem assim. Ao ‘renegarem’ seu trabalho, ela disse que ia trabalhar muito e que ia aprender o que eles sabiam e o que ela sabia jamais alguém iria saber.)
Considerada uma Papisa (mulher muito sábia), ela conta a história com graça, dizendo que, uma vez, existiam 3 editoras de moda que competiam muito e então, como um elogio, alguém a deu esse adjetivo, que acabou virando um apelido. Ela brinca e fala em tom de humor que pensou estar sendo chamada de idosa, porque “não existe Papa Teenager”.
Seu pai aconselhou-a a estudar muito história, para não ser ignorante, porque a história é algo que sempre está presente, porque ela sempre se repete. Então, ela sempre estudou muito e fez o seu mestrado sobre o Mundo Ocidental, passando um tempo em Nova Iorque.
O que ela pensa?
Em uma entrevista para a Revista Donna, ela comenta sobre as blogueiras:
“Eu gosto muito delas. Tenho uma posição muito diferente porque quando entrei na Editora Abril os jornalistas de moda me rejeitaram. Eu conto isso inclusive no meu livro. Vieram me falar que era uma vergonha a empresa ter me contratado, que eu era uma dondoca. Eu falei: “olha, o que vocês sabem eu vou aprender, o que eu sei vocês jamais saberão, tchau”. Depois ficamos amigos. Sempre trabalhei pra caramba. Essas meninas foram projetadas em um universo em que a massa feminina precisa de modelos. Elas são as cinderelas do momento. Assim como já foram as misses, depois as supermodels. De repente, a blogueira é mais acessível. Todas elas (as leitoras) acham que podem ser também.”
Para ela, a blogueira é a nova cinderela, e é tão influente quanto eram/são as modelos e atrizes. Ela é acessível e existem uma grande quantidade e diversidade nas redes sociais, ou seja, pode-se escolher qual chama mais a tua atenção. A juventude é um período de grandes descobertas e de muita novidade, por isso, as blogueiras são o “grande must” da atualidade e são uma necessidade da sociedade contemporânea, porque a internet é a nova revolução. As grandes editoras de moda estão procurando se firmar neste meio para se estabelecer (buscando outras áreas e alternativas). Por exemplo, muitas revistas estão criando ou ainda vão criar canais no Youtube.
As pessoas tem que identificar o próprio estilo, um estilo único e as caracterizem individualmente. A autoconfiança nos faz sermos mais seguros! E encontrar um estilo nosso é como cultivar uma planta, devemos cultivar e fazer com que sejamos reconhecidos e identificados por ele.
Costanza&Marilu
Há 2 anos, as duas amigas, Costanza e Marilu, tiveram câncer e passaram por estágios de melancolia e processos de quimioterapia. No sofá da Marilu, elas ficavam conversando e se divertindo ali, mas estavam emagrecendo bastante e não conseguiam trabalhar direito. Foi ali que a diretora, Paula Trabulsi, teve a ideia que virou um canal no Youtube e, também um programa no canal a cabo Discovery Home & Health.
Costanza fala que o programa é um resultado de superação das duas amigas e que o divertido dos vídeos são a edição da Paula (diretora) e o roteiro da Mônica Waldvogel (ela dá um drops e o programa rola).
“Priorize o que for realmente importante na sua vida e dedique toda a sua atenção a isso. Lembre-se: a essência da vida é viver o aqui-agora.”
Brasil contemporâneo por Costanza
“O urbano é o que define, para o bem e para o mal, a civilização contemporânea.”
Com toda a sua sabedoria, Costanza diz que todo o período de crise serve para para descobrir novas oportunidades e que sempre foi assim e que o mais importante é conhecermos aonde nós nos localizamos, sem nenhum tipo de preconceito.
“O Brasil é um país novo, jovem, não pode ter complexo de inferioridade. Todo momento de crise é momento para novos tempos.”
Confissões sobre a vida
“Nunca gostei do que é só fachada. A vida é como a alta costura: quando se vira do avesso, deve ser tão impecável como a imagem de perfeição aparente.”
Sob o olhar de Costanza Pascolato, a nossa vida deve ser como a alta costura: perfeita harmonia entre aquilo que você é com aquilo que você parece ser. Para ela, devemos ser puros e verdadeiros com os outros e com nós mesmos. Além disso, ela percebe que atualmente as pessoas estão sofrendo de anonimato. O que é isso? Ninguém mais quer ser anônimo.
Costanza também, sempre quis que a família tivesse orgulho dela e queria fazer com ela merecesse o lugar dela no mundo, mas percebeu tudo tem um custo, e que as pessoas, muitas vezes, sofrem e ficam solitárias. Apesar disso, sempre gostou de ser reconhecida pelo seu trabalho (mas, confessa que, agora, aos 75 anos, tem horas em que ela fica cansada, principalmente nas Fashion Weeks mundo afora).
Com uma experiência e tanto no mundo da moda, Costanza se considera e é uma dama do contemporâneo. A dica dela é não ter um olhar viciado, vintage, e sim uma visão nova, atual, contemporânea e mutante, porque a moda é assim!
Hobby
Costanza adora assistir filmes e analisar o pensamento de vanguarda de cada país e, quando dá um tempinho, ela faz uma maratona de filmes.
Sim, ela assiste e tem 3 seriados favoritos! Quais? Game of thrones (assiste com o seu neto, Cosimo), Downton Abbey e Mad Men.
O anel de caveira
Um estilo Rock’n’Roll, o anel de caveira que a Costanza usa foi um presente do seu neto, por isso tem um grande carinho. Ela diz que quando olha para a caveira sempre pensa que todos somos iguais e que ninguém é mais que o outro.
Me identifiquei com ela. 1) ela fala bem baixinho e disse que não consegue falar em um tom mais alta (muito eu haha) 2) ela falou ser super rigorosa com ela mesma.
Ter a oportunidade de conhecer a Costanza Pascolato foi um grande presente para mim. Só tenho a agradecer a Spezzato e a Pati Leivas pela oportunidade! <3
Tanto para quem faz moda, quanto para quem não faz, a Costanza é um grande exemplo como pessoa. Sua sabedoria e o seu olhar sobre a vida, comportamento, moda, história são realmente incríveis e o bate-papo foi uma grande aula para mim (e tenho certeza que para tod@s que estavam lá!).
Espero que tenham gostado do post! Deu para perceber o quanto eu gostei e o quanto eu usufrui desse encontro né?!
Tenham um semana maravilhosa!
Beijos, Gabi!
Ameiii o post, Costanza Pascolato é uma mulher visionária e a firmeza de idéias que passa é gratificante. Bjsss.