Hey! Tudo bem com vocês?
Hoje venho falar sobre uma das conferências internacionais que ocorreu no 10º Colóquio de Moda | 7ª ed. internacional, com a participação de Karen Van Godtsenhoven, curadora do MoMu (ModeMuseum Provincie Antwerpen).
Em ‘Moda e identidade – premissas para valorização global’, Karen introduziu o assunto nos falando que, antes de qualquer coisa, é preciso criar uma identidade própria, algo que se diferencie das outras, já existentes. E, para ela, o Brasil é tão multicultural e pluralista que é difícil haver apenas 1 identidade, porém, de jeito algum isso é algo negativo. A identidade cultural é uma das características mais importantes e singulares, e devemos saber trabalhar com isso a favor da nossa cultura de moda (brasileira), pois é isso que chama atenção e faz com que os outros passem a nos ver com um olhar diferente e mais atento. Arquitetura + Música + Festivais + Museus também são uma grande e preciosa fonte de inspiração e criação, devemos ficar atent@s a outros setores criativos para sermos mais autorais nas nossas criações de Moda.
A Bélgica é um pequeno país, situado na Europa, e para a curadora Karen, é um pequeno milagre onde a moda se fortaleceu. A Antuérpia é a segunda maior cidade do país, conhecida pelo seu porto, pelo polimento de diamantes (é a capital mundial dos diamantes) e, atualmente, pela moda, que movimentam o seu comércio (economia). A cidade começou a criar a sua própria marca quando, há uns 50 anos atrás, na ‘Royal Academy of Fine Arts’ passaram a lecionar Artes Aplicadas. Lá os alunos foram orientados a criar uma visão própria, focando na criatividade e no lado artístico de cada um. Eles permaneciam durante 4 anos na faculdade, que funcionava como um casulo de proteção, auxiliando no crescimento e desenvolvimento.
Segundo Karen, o ‘momento do milagre’ aconteceu nos anos 80, com os ‘The Antwerp Six’, um grupo de 6 designers (Walter van Beirendonck, Ann Demeulemeester, Dries van Noten, Dirk Van Saene, Dirk Bikkembergs e Marina Yee) que mudaram o rumo da moda na Antuérpia, dando mais visibilidade e auto-gestão, criando uma moda própria.
Um dos diferenciais dos alunos da escola da MoMu (a escola fica na parte de cima do Museu, localizado no centro da Antuérpia) é que eles não seguem tendências. Os professores não permitem referências de outros designers, eles devem buscar inspiração em outros lugares e coisas, principalmente no que eles tem perto e dentro da própria faculdade, pois é o que eles tem mais contato durante os 4 anos (“isolados”). Na visão do atual diretor da Royal Academy of Fine Arts Antwerp, Walter Van Beirendonck (um dos The Antwerp Six), os graduandos devem se inspirar na própria história de vida, nos seus pertences, na natureza e ambiente existente ao seu redor, pois após a formação na faculdade poderão buscar referências aonde quiserem.
Em uma entrevista para a Revista Donna, Karen Van Godtsenhoven deixou uma dica para os novos criadores:
” Tente fazer algo que você ainda não tenha visto e que seja uma visão totalmente particular. E mantenha essa visão em tudo o que você faz. Certifique-se de que suas roupas, styling, material gráfico, showroom ou loja reflitam essa visão. Também tente ser ético em tudo o que faz, seja honesto e paciente com a produção e com as pessoas que trabalham para você.”
Para quem quiser ler a matéria completa, é só clicar aqui para ir à página da Donna.
Espero que tenham gostado, e se inspirado muuuito!
Beijos, e até mais! 😉