Hey, bom dia!
Em parceria com o Istituto Europeo di Design (IED), ocorreram alguns workshops durante a Maratona Mude, evento realizado pela Abicalçados, que aconteceu no dia 27 de setembro, no Barra Shopping/Porto Alegre. Um deles o de Pesquisa de tendências e Coolhunting, com o professor Bruno Pompeu.
Ele introduziu o mini curso explicando sobre o contexto contemporâneo e a pós-modernidade. Segundo Bruno e seus referências teóricos, tudo começou com a Bomba de Hiroshima, pois fez as pessoas se questionarem sobre o que ocorreu e estava ocorrendo, mudando a ‘cabeça’ das pessoas e, consequentemente, mudando o tempo.
O rock e os movimentos sociais (feminista e étnico) auxiliaram e influenciaram na transformação da sociedade, tornando-a mais diversificada, complexa e fragmentada (tribos). Além disso, houve a descoberta do DNA e o nascimento do primeiro bebê de proveta. Tudo isso colocou em questionamento assuntos que antes eram cristalizados.
Depois teve a criação do chip, em que a vida pode ser codificada, ou seja, foi o momento da revolução tecnológica, nos colocando em complexidade com o palpável. Bruno também comentou sobre o Muro de Berlim, apontando que um dos principais fatores motivacionais para a sua queda foi o consumismo. Enfim, a junção de tudo isso reflete no que vemos nas ruas, e é para as ruas que os coolhunters vão pesquisar!
“A sociedade dos consumidores transforma o ser humano em mercadoria”, Bauman.
“O multivíduo é um sujeito divisível, plural, fluido. Ubíquo. Um mesmo sujeito pode ter uma multiplicidade de identidades, de “eus”, e assim multividuar a sua subjetividade.”, Canevacci.
Essas são algumas frases que caracterizam os consumidores, que, segundo a visão do Bruno, são um desafio para o mercado. Existem várias segmentações que também auxiliam na identificação e associação dos consumidores, como segmentação geográfica e segmentação demográfica (idade, sexo, classe). Porém, o que mais caracteriza é o que nós fazemos de nós mesmos, ou seja, são as nossas atitudes, hábitos, costumes (o que é particular e que nós expomos para fora, para o mundo).
Nessa parte se enquadra as ‘personas’ definidas por cada marca, que muitas vezes erra ao idealizá-la. O que isso quer dizer? Muitas marcas criam seus produtos com um determinado indivíduo em mente, porém, na realidade, os consumidores são outros, que podem não ter as características projetadas. Como é o caso das papinhas de bebê, em que um grande percentual dos clientes são mulheres em reeducação alimentar.
Mas, afinal, qual é o trabalho do coolhunter?
Podemos dizer que coolhunting é uma pesquisa etnográfica, em que @ trabalhador@ sai da frente do computador e vai à campo, nas ruas, analisando as pessoas e seus comportamentos, livres de qualquer julgamento e pré-conceitos, tentando interpretar as necessidades futuras dos consumidores. A antropologia visual também faz parte do trabalho. Uma super dica do professor, Bruno Pompeu, é que deve-se tirar fotos de tudo! Mesmo que na hora talvez não faça muito sentido, mas na hora de analisar, as imagens ajudam muito.
Os 4P’s do coolhunting (o que o coolhunter deve olhar):
-Pessoa (corpo, pessoa, roupas);
-Pensamento (ideias, filosofia, manifestações, anseios);
-Ponto (ir à lugares onde as tendências tendem a aparecer, iminente);
-Produtos(marcas, feiras, lojas, visual merchandising).
E os seus alvos são o inédito (carro popular com assinatura de grife), inusitado (brechó por Kg), recorrente (aquilo que aparece repetidamente).
Para quem se interessa em Pesquisa de tendências e Coolhunting, a Abicalçados está promovendo cursos em parceria com o IED, e vão ser realizados em Novo Hamburgo, na sede da empresa. Para quem quiser saber mais informações, ligue para 51 3594-7011 ou entre em contato pelo e-mail camila@abicalcados.com.br.